Vegetarianismo, o que é?

O vegetarianismo é um regime alimentar que exclui da dieta todos os tipos de carne (boi, peixe, frutos do mar, porco, carneiro, frango e outras aves, etc), bem como alimentos derivados. É baseado fundamentalmente no consumo de alimentos de origem vegetal, ou seja, não ingerem alimentos que resultam da morte de animais.

Há diferentes tipos de vegetarianismo:

– Os Veganos excluem da sua alimentação todos os alimentos e ingredientes de origem animal (carne, ovos, leite e derivados e mel), recusam também o uso de qualquer tecido animal no vestuário, calçado ou como acessório (pele animal, pêlo, lã e seda), bem como o uso de produtos testados em animais, ou seja, têm como objectivo reduzir o impacto negativo que as nossas acções têm sobre o bem-estar animal, o ambiente e nós mesmos;

– Os ovo-lacto-vegetarianos excluem a carne da sua dieta mas consomem ovos, leite e derivados e mel;

– Os ovo-vegetarianos excluem todos os produtos animais da sua alimentação, excepto os ovos;

Os lacto-vegetarianos excluem da sua alimentação todos os produtos de origem animal excepto o leite e seus derivados;

Vegetarianismo: Razões

Uma vez que o sistema de produção intensiva de animais provoca dor e angústia nos animais criados, desrespeita o ambiente e aumenta os problemas de saúde em quem os consome, devemos evitar estes produtos e começar a conhecer e explorar outros recursos económica e eticamente mais sustentáveis.

Pelos animais

Está cientificamente provado que todos os animais com sistema nervoso organizado (mamíferos, aves, repteis, peixes… ) têm, tal como o ser humano, a capacidade de sentir dor, medo, frio, calor, alegria, ansiedade, angustia e de ter recordações. Todos os anos são mortos biliões de animais em Portugal que passam a sua curta vida confinados a espaços onde mal se podem mexer, num ambiente stressante, violento e demasiado populoso. Durante a viagem até aos matadouros os animais são transportados durante horas sem as mínimas condições de higiene e empilhados uns em cima dos outros sem água e comida. Chegados aos matadouros os animais são muitas vezes mal atordoados e mortos de forma cruel e desumana, estando ainda consciente.

Ao reconhecermos que os animais têm o direito de não sofrer e o direito à vida, o vegetarianismo surge como uma opção natural que abdica da contribuição para o sofrimento animal. Pode não ser você a matar os animais, mas ao consumir está a financiar a sua morte. Porque protegemos uns (como o cão e o gato) e comemos outros?

Pela sua saúde.

Inúmeros estudos científicos já comprovaram que os ocidentais seguem uma dieta onde existe excesso de proteína, açúcar, gordura saturada, colesterol, pesticidas e com poucas fibras.
Sabe-se também que os povos que consomem produtos animais são mais susceptíveis ao cancro da mama, próstata e cólon, ataques cardíacos, obesidade, osteoporose, artrite, diabetes, asma, pedra nos rins e impotência e que quanto mais restrita é a alimentação vegetariana (desde a simples redução do consumo de carne, passando pela alimentação ovo-lacto-vegetariana até à alimentação estritamente vegetariana – “vegana”) menor é o risco de se ter estes problemas. Ao adoptar uma alimentação vegetariana está a prevenir o aparecimento de doenças e portanto a assegurar uma vida longa e saudável.

Pelo ambiente.

Para além de serem necessárias enormes quantidades de água e terreno para alimentar os animais em regime de criação intensiva, os excrementos criados levam à poluição da terra, água, e ar.
Esta intensificação provoca a degradação do ecossistema global através da desflorestação, desertificação, poluição dos oceanos, destruição de matas, erosão do solo e mudanças climáticas.
Em Portugal as suiniculturas, com uma criação nacional anual superior a 2 milhões de porcos, são o principal problema de poluição fluvial (Quercus).
Por outro lado e em relação aos recursos desperdiçados, a produção de carne é pouco eficiente comparada com a produção de vegetais. Em média, para cada refeição de carne produzida são usados os recursos que poderiam servir para produzir 10 refeições baseadas em vegetais.
Numa altura em que a fome no mundo e a aumento da rentabilidade dos recursos terrestres se tornam assuntos cada vez mais importantes, a alimentação vegetariana surge como uma forte ferramenta que contribui para a melhoria da situação actual.